Um dos mais bonitos cartões-postais do Recife virou uma terra de ninguém. A falta de higiene, a exploração desordenada do espaço público e o desperdício de água e energia elétrica formam o cenário caótico para quem frequenta a orla das Praias do Pina e Boa Viagem, Zona Sul. Nos feriados, como o de ontem, os problema pioram ainda mais. O que poderia ser uma fonte para o incremento do turismo, virou um grande desafio para quem vai assumir a prefeitura em 2013.
Não adianta procurar um espaço na areia, tanto em pontos badalados como em locais com serviços mais simples. Em Boa Viagem, por exemplo, o atendimento pode até ser especial, mas a praia foi loteada. Literalmente. Seus donos montaram barracas com direito até a serviço de internet, pagamento com sistema de cartões, crédito ou débito e uso de chuveiros com água abundante. E abastecimento ininterrupto.
É o caso de barracas que ocuparam o espaço na praia, nas proximidades do nº 2.784 da Avenida Boa Viagem. Em uma delas, foi montada uma central de computação, em plena areia, dando suporte para clientes e garçons.
Toda a energia é retirada por meio de uma gambiarra. Um ajuste improvisado, ligado a bombas instaladas para levar água aos chuveiros que ficam na areia. Os cabos de energia passam entre cadeiras e guarda-sóis, abastecendo o computador, a caixa registradora e máquinas para pagamento com cartões.
“Essas bombas foram montadas apenas para quem usava os chuveiros. Até pagava-se, numa época. Agora, virou uma bagunça. Tem até extensão para ligar caixas de som das barracas”, comentou um cliente.
Os chuveiros, antes usados para refrescar quem tomou um banho de mar, servem também como pia de cozinha. É fácil observar quem vende comida na praia usar a água para lavar o que vai ser servido logo depois. As ostras são os pratos mais comuns nesse banho.
A higiene improvisada não para por aí. “Quem trabalha aqui tem o cuidado de recolher o lixo. Nem sempre a prefeitura tira. E se a gente deixar, fica amontoado”, disse um dos comerciantes.
A higiene e o controle sanitário não existem tanto no Pina quanto em Boa Viagem. O peixe é tratado e servido ali mesmo na barraquinha ao lado das cadeiras. É impossível saber se, pelo menos, o alimento é fresco. A cozinha improvisada da praia não conta com o básico de cuidados, principalmente para quem prepara os pratos. Toucas e luvas foram substituídas por pedaços de plásticos nas mãos e bonés sujos na cabeça.
No Pina, além da falta de cuidados com a comida e a higiene só não é maior do que a falta de ordenamento. Quem frequenta deve tomar cuidado, inclusive, com a passagem de motos, cortando a faixa de areia mais perto do mar.
As motos servem também para abastecer, por meio da bateria, carrinhos que vendem CDs piratas, tocando num volume quase ensurdecedor.
A mistura de bebida alcoólica, sol e mar é outra dor de cabeça. Principalmente para os poucos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, que fazem plantão.
A bandeira com o aviso “Perigo” é ignorada. Os bombeiros correm de um lado para o outro, evitando acidentes. Mas muita gente ignora os avisos e se arrisca no mar. E, hoje em dia, também na areia da praia.
http://jconline.ne10.uol.com.br/cana...guem-63749.php
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1551190&page=105
Nenhum comentário:
Postar um comentário