Caso ocorreu em 1947, em frente à Igrejinha de Piedade. Após a morte de frei Serafim, local ficou conhecido como Convento Maldito
Publicado em 25/06/2012, às 07h02
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem |
A lista oficial
de pessoas atacadas por tubarão no Estado tem início com um caso
ocorrido em 1992. Mas relatos de testemunhas e familiares de vítimas
revelam que incidentes com esse tipo de animal em Pernambuco já
aconteciam desde o início do século passado. No segundo dia da série de
reportagens Ataque de tubarão: 20 anos, o JC mostra que a história do
padre que morreu após um ataque em frente à Igrejinha de Piedade não é
uma lenda.
Frei Telésforo é contemporâneo de Frei Serafim e contou como o colega morreu
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem |
Textos: Verônica Falcão e Carlos Eduardo Santos
Quando o assunto é ataque de tubarão, há
sempre alguém que menciona a morte de um padre na frente da Igrejinha
de Piedade, mesmo antes dos acidentes começarem a ser contabilizados, em
1992. Se é verdade? Os carmelitas, responsáveis pelo templo, atestam
que sim.
“Era Serafim de Oliveira. Ele estava
prestes a se consagrar frade quando, num dia de lazer dos postulantes,
foi tomar banho de mar na frente da igrejinha. Assim que entrou na água,
deu um grito e o tubarão o arrastou para o fundo”, relata frei
Telésforo, nome religioso de Edvar Machado Cavalcanti, 89 anos,
contemporâneo de Serafim.
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem |
O restos mortais do frade, que tinha
acabado de completar 25 anos, hoje ocupam uma das 33 gavetas de um
ossuário exclusivo de religiosos, por trás da sacristia da Basílica do
Carmo, no Centro do Recife. Na lápide de mármore se lê: “Frei Serafim de
Oliveira, 01-10-1922 a 10-10-1947.”
Frei Telésforo conta que estava em São
Paulo, estudando teologia, quando o postulante foi atacado. “Outro frade
que também mora aqui no Convento Carmo (ao lado da basílica), frei
Teréseo Trindade, era da mesma turma e presenciou o ataque”, revela. O
religioso, no entanto, está doente e os superiores do c
Um frade alemão chamado Afonso é quem
teria conduzido o grupo até a igrejinha, que funciona como uma casa de
férias dos carmelitas. Era uma sexta-feira. “A Segunda Guerra Mundial
tinha acabado, mas o que se comentava na época é que a movimentação das
embarcações americanas na costa do Nordeste atraía os tubarões”, lembra o
carmelita. O religioso, no entanto, está doente e os superiores do convento evitam expor frei Teréseo a emoções
Teréseo, segundo o frade, costuma contar
que Serafim foi um dos primeiros a entrar na água. “Quando frei Afonso
autorizou o banho, ele vestiu rapidamente o calção e saiu correndo para o
mar. Assim que entrou soltou o grito e foi tragado pelo tubarão”,
detalha.
Depois do ataque, o lugar passou a ser
considerado um convento maldito, diz o antropólogo e professor da UFPE
frei Tito Figueiroa, 72 anos. “Frades, postulantes, leigos, coroinhas,
todo mundo que aproveitava o lugar para o descanso e lazer ficou com
medo de ir pra lá”, lembra o religioso, que diz ter conhecido frei
Serafim quando estudava catecismo.Fonte acessada no dia 04/07/12 : http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2012/06/25/morte-de-padre-apos-ataque-de-tubarao-em-piedade-nao-e-lenda-46559.php
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