Foi
promovida durante toda a manhã desta sexta-feira (20), uma atividade
com dezenas de policiais militares de várias unidades da Corporação,
além de policiais civis e bombeiros, para tratar sobre o tema Estresse
Pós-traumático. A iniciativa partiu da Secretaria de Defesa Social e
aconteceu na quadra do Campus de Ensino Recife (CERE), antiga Acadepol.
O
doutor David Berceli realizou uma palestra e desenvolveu técnicas de
relaxamento com os policiais. O americano é Ph.D pela Universidade do
Arizona e consultor internacional em questões relacionadas com a
superação do estresse e do trauma.
A
finalidade do evento faz parte das muitas ações do programa Pacto pela
Vida, que além do combate à violência no estado também visa observar
como está a saúde física e mental dos integrantes dos órgãos operativos
da SDS.
O
comandante Geral da Polícia Militar coronel Luís Aureliano compareceu
ao evento, assim como o secretário Wilson Damázio e demais autoridades
civis e militares.
O surfista estava com um amigo perto de Wedge Island, ao norte de Perth, na manhã deste sábado (14), quando foi atacado pelo turbarão, sofrendo ferimentos graves e extensos
Publicado em 14/07/2012, às 13h24
Da AFP
SYDNEY - Um surfista foi morto neste sábado (14) em um ataque de tubarão na costa oeste da Austrália, afirmaram testemunhas e autoridades, a quinta fatalidade deste tipo na região em menos de um ano.
O surfista estava com um amigo perto de Wedge Island, ao norte de Perth, na manhã deste sábado (14), quando foi atacado pelo turbarão, sofrendo ferimentos graves e extensos. Um homem que andava de jet-ski perto dos surfistas afirmou que foi uma cena horrível, e tudo o que restou da vítima foi "a metade do tronco".
"Havia sangue por toda a parte e um enorme, um enorme tubarão branco circulando o corpo", afirmou à rede de televisão ABC, estimando que o tubarão tinha quatro ou cinco metros de comprimento. "Eu cheguei para pegar o corpo e o tubarão veio até mim no jet-ski e tentou me atingir. Eu fiz outra manobra e quando voltei para resgatar o corpo o tubarão o pegou".
Famoso pelo filme "Tubarão", os tubarões brancos estão entre os maiores da espécie no mundo e podem chegar a seis metros de comprimento e pesar duas toneladas. Funcionários que patrulhavam a praia confirmaram que o ataque foi fatal, e era realizada uma busca no local para tentar encontrar os restos mortais da vítima, que tinha cerca de 20 anos. Um porta-voz da polícia disse: "Até o momento nenhum corpo foi localizado".
Reportagem do JC teve acesso ao documento, que revela que Darlan dos Santos Luz morreu por hemorragia provocada por animais de grande porte
Publicado em 29/06/2012, às 07h01
A comprovação de que casos são subnotificados, suspeita levantada por médicos-legistas e bombeiros, é um dos temas desta sexta-feira (29) da série de reportagens Ataque de tubarão: 20 anos. Cópia de certidão de óbito, entregue ao JC pelo pai de uma das vítimas ocultadas, comprova a morte por hemorragia depois das mordidas. Veja, ainda, como foi o protesto dsta quinta (28), data do primeiro ataque oficialmente registrado, na Praia de Piedade. Sábado (30), último dia da série, conheça um estudo sobre os problemas psicológicos dos sobreviventes.
Pai de Darlan mostra certidão de óbito, comprovando ataque de tubarão
Fotos: Hélia Scheppa
Textos: Carlos Eduardo Santos e Verônica Falcão
A morte do soldado da Aeronáutica Darlan dos Santos Luz, em 3 de setembro de 2006, aos 21 anos, provocou dissidências no Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Médicos-legistas que defendiam a inclusão dele na lista das vítimas, hoje totalizando 55, 20 delas fatais, deixaram a entidade. Agora, cinco anos depois da briga, que expôs a possibilidade de subnotificação de casos, o JC teve acesso à certidão de óbito dele.
O laudo é taxativo. Aponta como “causa da morte hemorragia externa decorrente de ferimentos corto-contusos em tronco e membros provocados por animais marinhos de grande porte.” Ou seja, Darlan foi atacado por um tubarão, na frente do Edifício Holliday, em Boa Viagem.
O documento, guardado junto a fotos e objetos pessoais de Darlan pelo pai dele, o ambulante Edvaldo Severino da Luz Filho, 61, é uma prova de que o Cemit esconde o número real de vítimas, que pode chegar a uma centena, segundo o tenente-coronel bombeiro da reserva Neyff Souza, pesquisador autodidata do assunto.
“Não tenho dúvida de que Darlan foi atacado. Ele desapareceu de tarde, às 13h, num domingo. No dia seguinte, quando os bombeiros acharam o corpo, na frente do Edifício Castelinho, mais ou menos 10h, eu estava na praia procurando também. Vi na barriga e na perna dele as marcas dos dentes do bicho. Foi horrível. Nem era preciso ser especialista pra saber que aquilo era mordida de tubarão”, relata Edvaldo.
O ambulante lembra que, na época do ataque, a praia ainda não era sinalizada. As placas, hoje 150 ao todo, entre educativas e de advertência, passaram a ser afixadas na orla, de Olinda ao Paiva, em 2007, por exigência do Ministério Público Federal. Por isso Edvaldo, que mora numa casa alugada no Jordão Baixo, Zona Sul do Recife, pretende processar o governo do Estado.
Leia mais sobre o caso Darlan, a sugestão do GBMar de criar uma nova lsita e como foi o protesto em frente à Igrejinha de Piedade, na edição desta sexta-feira (29) do Jornal do Commercio.
O surfe foi proibido no Grande Recife em 1995 e, até hoje, praticantes lutam pelo direito de pegar onda
Publicado em 28/06/2012, às 06h57
Vinte e oito de junho de 1992. Há exatos 20 anos, em frente à Igrejinha de Piedade, Ubiratan Gomes foi atacado por um tubarão, motivando, três anos depois, a proibição do surfe nas praias metropolitanas. Em meio ao decreto, uns lutam pela liberação de áreas e outros surfam em locais proibidos. Este é o assunto da série Ataque de Tubarão: 20 anos. Devido à repercussão, a série, prevista para terminar nesta quinta-feira (28), continua até sábado.
Galeria de imagens
Inaldo Vieira (D) aprendeu a surfar em Boa Viagem. Alexandre Ferraz, em Serrambi.
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem
Textos: Marcelo Sá Barreto
De óculos escuro, bermuda e camiseta, indumentária típica de um surfista, Mauro Melo, 42 anos, dirige-se diariamente à Praia de Zé Pequeno, em Olinda. De atleta passou a ser uma espécie de fiscal daquela orla. Checa as condições do mar, analisa a coloração da água e, com um binóculo, verifica se há perigo iminente na área. Desde que empunhou a bandeira da liberação do local para a prática do surfe, há mais de oito anos, e conquistou legalmente o direito no dia 17 de fevereiro deste ano, viu o renascimento do esporte na cidade natal. Em Zé Pequeno, não há registro de ataques de tubarão, mas não se pode descartá-los. Por isso, mantém vigília para que, de herói da comunidade, não se transforme em vilão.
O amor pelo surfe e o direito de poder pegar onda em frente de casa deflagraram uma discussão de muitos anos entre Maurão, como o presidente da Associação de Surfe de Olinda (ASO) é conhecido, e o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Com dados estatísticos que comprovavam a inexistência de perigo em Zé Pequeno, passou a participar das reuniões do Cemit. Ficou conhecido. Sua luta, idem. Em 2012, após 17 anos de proibição das praias urbanas para o uso esportivo, comemorou a vitória. Mas não sem preocupação.
“Com o apoio da população e da prefeitura de Olinda conseguimos a liberação. Outros esportes aquáticos eram praticados em Zé Pequeno. O surfista se transformou em marginal, desde que os tubarões começaram a atacar na nossa costa”, argumenta. “Agora, crianças, adolescentes e adultos voltaram a surfar. Mas todo dia verifico as condiçõe do mar.”
Maurão não arreda o pé de Zé Pequeno. Se o mar estiver turvo e a maré, cheia, ele próprio instala uma rede de pesca de mais de 1 km por trás da arrebentação, pensando em evitar ataques. Para acabar com a pesca do camarão, dieta básica de espécies marinhas, tem jogado pedregulhos na lama para impedir o arrasto nos locais proibidos pelo Ibama. Com mais camarões, mais alimento para os peixes; com mais peixes, mais comida para os tubarões. Ali, nunca houve ataque, mas para ele, não custa ajudar a equilibrar o bioma marinho. “As mães dos meninos que surfam dizem que não querem, um dia, me odiar”.
Equipamento deve ser instalado em Boa Viagem em campeonatos de surfe já no segundo semestre
Publicado em 27/06/2012, às 07h04
Desde que começaram a ser contabilizados os ataques, em 1992, surgiram propostas para manter os tubarões afastados da costa. Uma delas, que prevê a colocação de uma tela em forma de trave de futebol ao longo de 200 metros da orla, no início foi alvo de polêmica, mas agora está prestes a sair do papel. Conheça detalhes desse projeto e também saiba mais sobre o shark shield, equipamento usado pelos bombeiros para repelir tubarões, no quarto dia da série Ataque de tubarão: 20 anos.
Galeria de imagens
Fotos: Hélia Scheppa
Texto: Carlos Eduardo Santos e Verônica Falcão
Do R$ 1,5 milhão que o governo do Estado orçou este ano às ações de pesquisa e educação ambiental para conter ataques de tubarão, R$ 385 mil bancarão o mais antigo e polêmico projeto: uma tela de proteção do litoral contra os animais.
Com 400 metros, a rede é uma reivindicação do Projeto Praia Segura, que inicialmente prestava assistência jurídica e psicológica às vítimas. A ideia é, no começo, montar o equipamento durante campeonatos de surfe. “Depois poderemos usar em feriadões, por exemplo”, diz o diretor da ONG, Sergio Murilo Santa Cruz.
A instalação da tela móvel, criticada por oferecer riscos a outros animais, como tartarugas-marinhas, na lista de espécies ameaçadas de extinção, está prevista para o próximo semestre. “O projeto já foi aprovado. Estamos na fase de liberação dos recursos”, diz o gerente de Articulação e Integração Institucional e Comunitária da Secretaria de Defesa Social (SDS), Manoel Caetano Cysneiros.
Depois de submeter a tela a três testes, com apoio da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o Projeto Praia Segura decidiu diminuir a malha (distância entre os nós) para evitar o aprisionamento não só de tartarugas, mas também de pequenos peixes. “A primeira malha, que testamos em Tamandaré, em 2007, era de 50 milímetros. Agora usaremos 25 milímetros”, detalha Sergio Murilo.
A tela, feita de malha de poliamida – tipo de plástico – tem sete metros de altura. Como as marés mais altas não ultrapassam cinco metros no litoral Pernambucano, há uma margem de dois metros de segurança, evitando que o tubarão passe por baixo. “Ficará a 100 metros de distância da praia, presa ao fundo por correntes. Em cima tem boias que indicam a presença do equipamento”, descreve.
Os recursos do governo do Estado, que em 2010 e 2011 somaram R$ 1 milhão ao ano, são repassados, segundo Manoel Caetano, ao Instituto Oceanário, uma ONG com sede na UFRPE. A entidade, criada em 2004, é responsável pelas ações de educação ambiental nas praias. “Já realizamos mais de 1.500 palestras gratuitas em escolas públicas e privadas, além de empresas”, detalha o presidente da entidade, Alexandre Carvalho.
Duas vezes por mês, nos fins de semana de Lua cheia e nova, quando há maior incidência de ataque por conta da maré cheia, monitores do Instituto Oceanário vão a Boa Viagem e Piedade alertar os banhistas para os riscos. “São de 24 a 30 educadores ambientais, que passam por um treinamento para não só orientar as pessoas, como também desmistificar o tubarão, que muitas vezes é visto como um assassino dos mares, quando, na verdade, esse é o hábitat dele.”
como está acontecendo o CSMar 2012, estamos postando o último curso realizado em 2011. Os créditos do vídeo é do Cb. Nicácio. Quem sabe o vídeo não inspire outros militares a realizar o próximo curso e dê força aos que estão fazendo. Salvar!
Eles estavam pescando e jangada não resistiu às ondas fortes. Os três estavam muito assustados e um machucou a perna nas pedras.
Do G1 PE 13/07/2012 15h28 - Atualizado em 13/07/2012 18h21
O Corpo de Bombeiros resgatou três salva-vidas que tinham ido pescar em Ipojuca,
no Litoral Sul de Pernambuco, e estavam à deriva, na tarde desta
sexta-feira (13). Os homens saíram de manhã para pescar em uma jangada,
mas o mar estava muito agitado e a embarcação não teria resistido às
ondas, ficando em pedaços.
Salva-vidas foram trazidos de Ipojuca para o Recife de helicóptero (Foto: Reprodução / TV Globo)
Os três chegaram a ficar cerca de uma hora e meia sem saber se seriam
salvos, na praia da Gamboa, que também faz parte do município de
Ipojuca. "Saímos às 6h da manhã para pescar e a correnteza acabou
levando a gente para longe. A jangada virou e conseguimos ficar em
algumas pedras", contou Fidelis da Silva, de 33 anos.
Um morador da vila de pescadores foi quem acionou o Centro Integrado de
Operações de Defesa Social. “Eles estavam muito nervosos, o pior foi o
trauma psicológico de quase terem morrido afogados. Um deles bateu com a
perna em uma pedra e está sangrando, mas não parece nada grave”, conta o
capitão Gedeão de Souza Neto, do Corpo de Bombeiros.
O trio foi trazido ao Recife
em um helicóptero da Secretaria de Defesa Social e foi submetido a uma
avaliação médica, no Aeroclube do Pina. Minervino da Silva Neto não
sofreu nenhum ferimento. Fidelis da Silva estava com um sangramento na
perna direita. O caso mais preocupante foi o de Milton de Oliveira, que
precisou receber oxigênio e estava com cortes nos pés. Os três foram
levados para a UPA da Imbiribeira.
Mutilados e sem apoio do Estado, sobreviventes de ataques lutam para recomeçar a vida
Publicado em 26/06/2012, às 06h57
Sobreviventes de
um ataque de tubarão carregam sequelas para toda a vida. No corpo, as
marcas da mordida dilacerante do peixe. E ainda o trauma psicológico,
que causa distúrbios do sono por anos. Sem suporte do governo, quem
conseguiu escapar da investida do animal luta para recomeçar a vida.
Esse é o assunto desta terça-feira (26) na série de reportagens Ataque
de Tubarão: 20 anos. Na quarta-feira (27), o JC mostra o que tem sido
feito para evitar novos ataques e o impacto no turismo.
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem
Texto: Carlos Eduardo Santos e Verônica Falcão
Há quem diga que um banho de mar lava
até a alma e os que pegam onda garantem: não existe mal no mundo que um
bom dia de surfe não cure. Mas foi de uma tragédia durante um mergulho
inocente que a vida de 35 pessoas se cruzaram em Pernambuco. E deixaram
marcas para sempre no corpo e na mente. Mutilados e sem nenhum apoio do
poder público, os sobreviventes de ataques de tubarão nas praias do
Estado ainda lutam para voltar a ter uma vida normal. Com distúrbios do
sono – sintoma recorrente após ataque de tubarão –, eles esbarram no
velho preconceito contra os portadores de deficiência física.
Desempregado e com um filho menor de um
ano para criar, Wellington Luan dos Santos, 18 anos, lembra com detalhes
do dia em que foi dar uma volta na Praia de Piedade com um amigo, há
quatro anos. “Tinha comprado uma bicicleta e decidi ir à praia. Entrei
sozinho e meu amigo ficou na areia. Fui muito para o fundo e só senti a
pressão.”
Em uma só botada, o tubarão arrancou as
nádegas e a mão direita do jovem, na época, com 14 anos. O ataque
ocorreu próximo à Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife. “Tinha pesadelos já no hospital. Acordava assustado. O
ruim é que não posso ainda fazer coisas simples, como descascar uma
maçã, cortar uma verdura”, lamenta o jovem, que mora de aluguel e sonha
em voltar a estudar. Destro, Wellington precisou aprender a escrever com
a esquerda e a andar de bicicleta com apenas uma mão. E não culpa o
peixe, tanto que fez uma tatuagem de um tubarão no braço esquerdo.
Também desempregado e cursando direito
na faculdade, Charles Heitor Barbosa Pires, 34, enfrentou uma
dificuldade ainda maior, pois perdeu as duas mãos em ataque quando
surfava, no mês de maio de 1999, em frente ao Edifício Acaiaca, em Boa
Viagem, no Recife. Com a ajuda de um professor, o universitário entrou
na Justiça para garantir o direito de receber próteses do Estado.
Charles ganhou a ação, já está com as
próteses – que custaram R$ 654 mil e vieram da Escócia – e agora tenta
recomeçar a vida. As mãos eletrônicas respondem a estímulos captados por
eletrodos.
Jovem foi "tragado" pelo mar, como aconteceu com frei Serafim
Publicado em 25/06/2012, às 07h01
O local – a Igrejinha de Piedade – e o relato de
testemunhas de que foram tragados com força para o fundo do mar são o
elo entre a morte de frei Serafim de Oliveira, em 1947, e a de Ibson
Gomes Vieira, em 1980. O rapaz de 16 anos sabia nadar e estava na água
com duas amigas, numa terça-feira, dia 11 de novembro, quando ocorreu o
ataque.
O pai e um primo dele encontraram o corpo, no dia
seguinte, com marcas de mordida de tubarão. O atestado de óbito, no
entanto, indicou afogamento. Num pronunciamento feito em 12 de novembro
na Câmara dos Vereadores do Recife e publicado no dia 13 no Diario de
Pernambuco, o vereador Josué Pinto, já falecido, alertou para a
subnotificação de casos de ataque, que persiste até hoje.
O texto dizia que Ibson não fora vítima de afogamento, "como de praxe
as autoridades diagnosticam em seus boletins semanais da Secretaria de
Saúde Municipal os casos de banhistas tragados pelo mar." O título era
ainda mais contundente: "Josué Pinto denuncia existência de tubarão
assassino em Piedade."
Uma triste lembrança da fisioterapeuta
Ivana Gomes Vieira, 46 anos, que em junho de 1980 perdeu outro irmão,
Ivson, num acidente de trânsito, reforça a tese de ataque. "Meu pai foi
preparar o corpo de Ibson para o velório, mas voltou para casa com o par
de sapatos. Ele não tinha mais pés", conta.
Caso ocorreu em 1947, em frente à
Igrejinha de Piedade. Após a morte de frei Serafim, local ficou
conhecido como Convento Maldito
Publicado em 25/06/2012, às 07h02
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem
A lista oficial
de pessoas atacadas por tubarão no Estado tem início com um caso
ocorrido em 1992. Mas relatos de testemunhas e familiares de vítimas
revelam que incidentes com esse tipo de animal em Pernambuco já
aconteciam desde o início do século passado. No segundo dia da série de
reportagens Ataque de tubarão: 20 anos, o JC mostra que a história do
padre que morreu após um ataque em frente à Igrejinha de Piedade não é
uma lenda.
Frei Telésforo é contemporâneo de Frei Serafim e contou como o colega morreu
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem
Textos: Verônica Falcão e Carlos Eduardo Santos
Quando o assunto é ataque de tubarão, há
sempre alguém que menciona a morte de um padre na frente da Igrejinha
de Piedade, mesmo antes dos acidentes começarem a ser contabilizados, em
1992. Se é verdade? Os carmelitas, responsáveis pelo templo, atestam
que sim.
“Era Serafim de Oliveira. Ele estava
prestes a se consagrar frade quando, num dia de lazer dos postulantes,
foi tomar banho de mar na frente da igrejinha. Assim que entrou na água,
deu um grito e o tubarão o arrastou para o fundo”, relata frei
Telésforo, nome religioso de Edvar Machado Cavalcanti, 89 anos,
contemporâneo de Serafim.
Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem
O restos mortais do frade, que tinha
acabado de completar 25 anos, hoje ocupam uma das 33 gavetas de um
ossuário exclusivo de religiosos, por trás da sacristia da Basílica do
Carmo, no Centro do Recife. Na lápide de mármore se lê: “Frei Serafim de
Oliveira, 01-10-1922 a 10-10-1947.”
Frei Telésforo conta que estava em São
Paulo, estudando teologia, quando o postulante foi atacado. “Outro frade
que também mora aqui no Convento Carmo (ao lado da basílica), frei
Teréseo Trindade, era da mesma turma e presenciou o ataque”, revela. O
religioso, no entanto, está doente e os superiores do c
Um frade alemão chamado Afonso é quem
teria conduzido o grupo até a igrejinha, que funciona como uma casa de
férias dos carmelitas. Era uma sexta-feira. “A Segunda Guerra Mundial
tinha acabado, mas o que se comentava na época é que a movimentação das
embarcações americanas na costa do Nordeste atraía os tubarões”, lembra o
carmelita. O religioso, no entanto, está doente e os superiores do convento evitam expor frei Teréseo a emoções
Teréseo, segundo o frade, costuma contar
que Serafim foi um dos primeiros a entrar na água. “Quando frei Afonso
autorizou o banho, ele vestiu rapidamente o calção e saiu correndo para o
mar. Assim que entrou soltou o grito e foi tragado pelo tubarão”,
detalha.
Depois do ataque, o lugar passou a ser
considerado um convento maldito, diz o antropólogo e professor da UFPE
frei Tito Figueiroa, 72 anos. “Frades, postulantes, leigos, coroinhas,
todo mundo que aproveitava o lugar para o descanso e lazer ficou com
medo de ir pra lá”, lembra o religioso, que diz ter conhecido frei
Serafim quando estudava catecismo.
Irmã de Moiséis Júnior afirma
que o estudante foi atacado por tubarão, mas a morte dele terminou sendo
registrada como afogamento
Publicado em 23/06/2012, às 17h47
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
“Não tinha buraco no fundo,
não tinha redemoinho e ele estava com água abaixo da cintura quando foi
puxado. Três dias depois, o corpo apareceu com marcas de mordidas de
tubarão nos ossos dos pés e das pernas. Como é que não foi ataque?” O
desabafo é da consultora de relacionamento Monike Suellen Nunes da
Silva, 22 anos, irmã de Moisés Nunes de Albuquerque Júnior, morto no dia
24 de junho de 2003, há exatos nove anos, enquanto tomava banho depois
de uma pelada com amigos na Praia de Piedade, em Jaboatão dos
Guararapes, no Grande Recife.
Três dias depois, um casal que passeava
na beira-mar encontrou o corpo na areia. “Estava irreconhecível. No IML,
meu pai achou que não fosse Moisés, mas quando vi no braço uma
pulseirinha que eu tinha dado a ele, não tive dúvida”, lembra Monike, na
época com 13 anos. “Foi uma cena horrível, nunca vou esquecer. Os
bombeiros disseram que as marcas eram de dente de tubarão”, lembra. No
atestado de óbito consta afogamento.
A jovem lamenta não ver o nome do irmão
incluído na lista oficial das vítimas de ataque. “Toda vez que pesquiso
sobre o assunto, fico revoltada. Sei que nada trará de volta meu único
irmão, mas reconhecer que Moisés foi morto por um tubarão é o mínimo que
o Estado pode fazer, já que na época não havia placas de advertência.”
De acordo com o pesquisador, os casos em que não é possível confirmar se a vítima foi atacada pelo animal são desconsiderados
Publicado em 23/06/2012, às 17h45
Foto: Chico Porto/JC Imagem
Primeiro presidente do
Cemit, mas que deixou o cargo há pouco mais de um mês, o pesquisador e
professor do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Fábio Hazin, admite que o número de ataques de tubarão em
Pernambuco pode ser maior do que os 55 que constam na lista oficial.
De acordo com ele, durante os oito anos à
frente do comitê, os casos em que não era possível confirmar se a
vítima foi atacada pelo animal foram desconsiderados. “Quando não dá
para identificar o que ocorreu, pode ter sido tubarão, sim. Isso é
reconhecido. Nos casos em que o laudo indica afogamento ou causa não
identificada, nós não computamos como ataque confirmado. Alguns desses
casos podem ter sido resultado de ataque de tubarão? Podem. Nós temos
como saber? Não”, comenta Fábio Hazin.
Em relação ao caso do soldado da
Aeronáutica Darlan dos Santos Luz, o professor diz não lembrar de
detalhes. “Além do laudo do IML, o Cemit leva em consideração todo o
relato testemunhal do caso. O caso de Darlan, particularmente, era um
evento em que várias pessoas estavam se afogando. Havia relatos de
testemunhas que deixavam claro que o afogamento aconteceu de qualquer
maneira, então o Cemit considerou que, naquele caso, a probabilidade
maior era de que tivesse sido um afogamento e não um ataque”, explica.
Nesses 20 anos, 55 pessoas foram atacadas, mas há quem defenda que esse número pode chegar a 100
Publicado em 23/06/2012, às 17h52
Textos: Carlos Eduardo Santos e Verônica Falcão
Foto: Igo Bione/JC Imagem
Há duas décadas,
Pernambuco entrava no mapa dos ataques de tubarão no mundo.
Oficialmente, 55 pessoas foram atacadas de 1992 até hoje. Vinte delas
morreram. Mas há quem acredite que esse número pode chegar a 100. A
subnotificação das investidas do animal no litoral do Estado é o tema de
abertura da série de reportagens Ataque de tubarão: 20 anos, que segue
até quinta-feira (28), dia em que a morte de Ubiratan Martins Gomes, a
primeira vítima oficial, completa duas décadas. Na segunda-feira (25),
confira a história de um padre que morreu após ser atacado na década de
1940, na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.
"Corpo
de identidade desconhecida encontrado na Praia de Piedade com
mutilações.” Em 28 de junho de 1992, um ofício da 4ª Delegacia de
Polícia Metropolitana enviado ao Instituto de Medicina Legal (IML)
descrevia o cadáver de um homem que apresentava grandes ferimentos no
antebraço esquerdo, coxa direita e nádegas. O laudo do médico legista
constatou afogamento por asfixia e apontou que as lesões eram
semelhantes às provocadas por “animais aquáticos”. O corpo era de
Ubiratan Martins Gomes, considerado o primeiro registro oficial de
ataque de tubarão em Pernambuco.
Na próxima quinta-feira (28), a morte de
Ubiratan completa 20 anos. Nessas duas décadas, dezenas de novos
ataques aconteceram. Oficialmente, são 55. Mas de 2004, quando o governo
do Estado criou o Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarão
(Cemit) e começou a contabilizar os ataques, até hoje, essa contagem foi
sempre marcada por polêmica. Há quem defenda que vários casos de
afogamento foram provocados por investidas de tubarões e ficaram fora da
lista oficial.
O mais emblemático é o do soldado da
Aeronáutica Darlan dos Santos Luz, que morreu aos 20 anos quando tomava
banho de mar em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em 3 de setembro de
2006. O laudo do IML revela que o jovem faleceu dentro d’água em
decorrência de choque hipovolêmico (perda de sangue). O caso de Darlan
nunca constou como ataque de tubarão.
Para a médica-legista e pesquisadora de
ataques de tubarão Sueli Arruda, o caso do soldado causou um “problema”
no Cemit. “O laudo apontou choque hipovolêmico e os estudiosos do Cemit
não consideraram ataque. Nós, médicos-legistas, nunca nos arvoramos em
querer entrar na seara de outros especialistas. Vôcê não vê no laudo do
IML porque o tubarão atacou, se era cabeça-chata ou outro, mas o inverso
não é verdadeiro. Os estudiosos da área aquática têm o hábito de dizer
‘aquilo não foi ataque’, ‘ele não estava vivo, estava morto’, com base
em que eu não sei, porque eles não têm nem conhecimento para isso”,
afirma a médica, que já integrou o comitê.
Em junho de 2004, quando o Cemit
contabilizava 51 ataques com 19 mortes em 12 anos, Sueli apontava 56
vítimas mortas. Hoje, a médica-legista prefere não arriscar, mas o
coronel reformado do Corpo de Bombeiros e pesquisador de ataques Neyff
Souza defende que, nos últimos 20 anos, o número de investidas de
tubarões no litoral pernambucano pode chegar a 100. “A minha forma de
avaliar é diferente da deles (Cemit). Considero ataque, quando os corpos
aparecem com lesões de tubarão. Eles (do Cemit) só consideram se houver
evidências e relato de alguém que tenha presenciado o ataque. Daí essa
diferença gigantesca”, ressalta o coronel reformado, que possui um
arquivo com detalhes e dezenas de fotos e vídeos de todas as vítimas
oficiais e suspeitas.
A história da formação dos Corpos de Bombeiros, começa no século XVI, com a formação do Rio de Janeiro. Nesta época, até o meio do século XIX, quando ocorria um incêndio, quem corria para apagar os incêndios eram os voluntários, aguadeiros e milicianos que, na maior parte das vezes, perdiam a batalha devido as construções serem feitas de madeira. Quando os incêndios aconteciam a noite, acabavam por vitimizar ainda mais pessoas, devido a precária iluminação para se evacuar os locais.
Quando acontecia um incêndio, este, geralmente era informado pelos sinos das igrejas, com isso os homens corriam para os aguadeiros, e a população fazia aquela fila quilométrica, que ia passando baldes de mão em mão, do chafariz até o incêndio.
Dom Pedro II (Patrono)
Foi então, que lá pelo ano de 1763, no Rio de Janeiro, foi criada uma repartição para extinguir incêndios. Os homens dessas repartições vinham da Marinha, a única corporação que tinha mão de obra qualificada para isso, já que haviam altos índices de incêndios nos navios, naquela época, feitos de madeira.
No ano de 1856, o Inspetor do Arsenal de Marinha expôs os benefícios de existir um grupo dedicado somente ao combate a incêndios. Os fatos apresentados fizeram com que o Ministério da Justiça a elaboração do Decreto Imperial nº 1.775, assinado por Dom Pedro II e promulgada a 02 de julho de 1856, data em que é comemorado o Dia do Bombeiro e semana de prevenção a incêndios. A mais alta condecoração leva o seu nome, Medalha da Ordem do Mérito Imperador Dom Pedro II.
O vídeo mostra como antigamente era combatido os incêndios
Histórico do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE)
Consta no histórico da Corporação que o primeiro serviço de combate a incêndios da cidade de Recife, foi instituído em 28 de agosto de 1636, sob a denominação de Companhia dos Brantmeesters, quando a região estava sob domínio holandês.
O atual Corpo de Bombeiros foi instituído em 23 de Setembro de 1887, pelo então Governador da Província, Dr. Pedro Vicente de Azevedo. O aniversário do CBMPE é comemorado em 20 de Outubro, dia em que o Capitão Joaquim José de Aguiar, efetivamente tomou posse do comando.
GRUPAMENTO DE BOMBEIROS MARITIMO(GBMar)
Treinamento Aquático no Centro de Esporte e Lazer Alberto Santos Dumont
O Grupamento de Bombeiros Marítimo - GBMAR, é responsável por uma área de 153 km de orla marítima e também tem o dever de realizar resgates em rios, represas, lagos, açudes e mangues. São salva-vidas, mergulhadores e pilotos de embarcação devidamente treinados, de prontidão para prevenir possíveis acidentes no mar.
Hoje em dia podemos acessar o corpo de bombeiros através do telefone 193, um número que atende localidades de todo o país. Mas esse número deve ser preservado de trotes e brincadeiras de mau gosto, pois podem atrapalhar no salvamento de vidas que estejam em perigo.
Parabéns a todos Bombeiros Militares de Pernambuco e do Brasil.