Anderson Figueiredo, 30 anos de vida, dois deles como bombeiro, teve o maior desafio de sua vida, na última segunda-feira
Publicado em 24/07/2013, às 06h50
Wagner Sarmento
wsarmento@jc.com.br
Bobby Fabisak/JC Imagem
O soldado Anderson Figueiredo, 30 anos de vida, dois deles como bombeiro, teve o maior desafio de sua vida, anteontem. Acreditava estar diante de um afogamento. Era ataque de tubarão. Sem titubear, pulou no mar e resgatou Bruna Gobbi, 18 anos, num gesto de heroísmo que virou lamento, após a morte da turista. “Queria que ela estivesse viva.”
JC – Como você viu que Bruna Gobbi e a prima corriam risco?
ANDERSON FIGUEIREDO – Eu estava como auxiliar de embarcação no jet ski com o soldado Márcio Siqueira, no posto 8. Enquanto isso, dois guarda-vidas do posto 10 solicitaram apoio. Fomos muito rápido até lá e avistamos as duas. Bruna estava mais próxima à faixa de areia e a prima dela mais afastada. A princípio, achávamos que era uma ocorrência de afogamento e a primeira coisa a fazer seria socorrer a prima, que estava mais no fundo. Quando nos aproximamos, vi a mancha de sangue. Mudamos a rota na hora e fomos até Bruna.
JC – Como foi sua decisão em pular, mesmo sabendo que havia um tubarão ali?
FIGUEIREDO – Eu pulei no instinto. Se não tivesse pulado, ela teria se afogado, porque entrou em choque na hora. Não me preocupei com o perigo, e sim em estabilizá-la. Siqueira fez o retorno, pegou a prima e veio me pegar. Bruna foi colocada numa prancha de salvamento.
JC – Você sentiu medo?
FIGUEIREDO – Não dá tempo. É muita adrenalina. É como se a gente esquecesse tudo. A gente sabe que o risco é grande, mas a adrenalina é maior ainda. A gente não pensa em nada, só em salvar a outra pessoa. Depois de tudo, quando passou o calor, pensei no risco que corremos, principalmente eu, por ter pulado. Mas é meu trabalho. Sou treinado para isso.
ANDERSON FIGUEIREDO – Eu estava como auxiliar de embarcação no jet ski com o soldado Márcio Siqueira, no posto 8. Enquanto isso, dois guarda-vidas do posto 10 solicitaram apoio. Fomos muito rápido até lá e avistamos as duas. Bruna estava mais próxima à faixa de areia e a prima dela mais afastada. A princípio, achávamos que era uma ocorrência de afogamento e a primeira coisa a fazer seria socorrer a prima, que estava mais no fundo. Quando nos aproximamos, vi a mancha de sangue. Mudamos a rota na hora e fomos até Bruna.
JC – Como foi sua decisão em pular, mesmo sabendo que havia um tubarão ali?
FIGUEIREDO – Eu pulei no instinto. Se não tivesse pulado, ela teria se afogado, porque entrou em choque na hora. Não me preocupei com o perigo, e sim em estabilizá-la. Siqueira fez o retorno, pegou a prima e veio me pegar. Bruna foi colocada numa prancha de salvamento.
JC – Você sentiu medo?
FIGUEIREDO – Não dá tempo. É muita adrenalina. É como se a gente esquecesse tudo. A gente sabe que o risco é grande, mas a adrenalina é maior ainda. A gente não pensa em nada, só em salvar a outra pessoa. Depois de tudo, quando passou o calor, pensei no risco que corremos, principalmente eu, por ter pulado. Mas é meu trabalho. Sou treinado para isso.
Depois de tudo, quando passou o calor, pensei no risco que corremos, principalmente eu, por ter pulado. Mas é meu trabalho. Sou treinado para isso
JC – Como classifica a atuação dos bombeiros?
FIGUEIREDO – Não quero puxar sardinha, mas nosso atendimento foi fundamental. Se a gente não tivesse ido logo, Bruna teria se afogado e o tubarão poderia ter atacado a prima dela também. O barulho do jet ski ajudou a assustar o animal.
FIGUEIREDO – Não quero puxar sardinha, mas nosso atendimento foi fundamental. Se a gente não tivesse ido logo, Bruna teria se afogado e o tubarão poderia ter atacado a prima dela também. O barulho do jet ski ajudou a assustar o animal.
JC – Como avalia o socorro prestado após tirar Bruna do mar?
FIGUEIREDO – Quando a gente está ali, nossa intenção é fazer o melhor, é dar 100% para salvar quem está em perigo. Muitas vezes as pessoas não entendem isso. A gente dá a vida ali. Nosso juramento fala de colocar a própria vida em risco e eu senti isso na pele. O atendimento foi muito rápido. Ela foi levada primeiro para a UPA porque já estava desfalecida, sem responder a nenhum estímulo. O caso era gravíssimo. Ela não estava mais perdendo sangue, porque todo o sangue ela perdeu no mar. A UPA serviu para amenizar a situação e ela poder ir para o Hospital da Restauração. Eu estava a segurando e posso dizer que, se ela fosse direto para o HR, sequer aguentaria chegar lá.
Nossa intenção é fazer o melhor, é dar 100% para salvar quem está em perigo. Muitas vezes as pessoas não entendem isso. A gente dá a vida ali.
JC – Como foi saber da morte de Bruna, depois de tanto esforço?
FIGUEIREDO – Fiquei muito triste. Me arrisquei para ela sair viva. É algo que vai ficar marcado para sempre. Tenho a sensação de dever cumprido porque fiz o que estava ao meu alcance, mas queria vê-la com vida. Ainda não consegui descansar.
JC – Muitas pessoas ressaltaram sua coragem pelas redes sociais. Dá para sentir o mesmo apoio nas ruas?
FIGUEIREDO – O pessoal vem falar, parabenizar, falar que fui corajoso em ter pulado. Mas isso é meu trabalho. Sei do risco e estou ali para fazer isso todo dia se for preciso.
FIGUEIREDO – Fiquei muito triste. Me arrisquei para ela sair viva. É algo que vai ficar marcado para sempre. Tenho a sensação de dever cumprido porque fiz o que estava ao meu alcance, mas queria vê-la com vida. Ainda não consegui descansar.
JC – Muitas pessoas ressaltaram sua coragem pelas redes sociais. Dá para sentir o mesmo apoio nas ruas?
FIGUEIREDO – O pessoal vem falar, parabenizar, falar que fui corajoso em ter pulado. Mas isso é meu trabalho. Sei do risco e estou ali para fazer isso todo dia se for preciso.
Fonte: Jc online
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