quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Porque não há um estudo como esse em Jaboatão, Janga ???

22/02/2013 21h34 - Atualizado em 22/02/2013 21h47

Novo laudo ainda aponta desníveis de

 



até 10 metros na Ponta Negra, no AM



CPRM recomenda o monitoramento da área aterrada até 2014. Laudo será encaminhado ao Ministério Público do Estado na segunda-feira.

Eliena MonteiroDo G1 AM

Praia da Ponta Negra estará interditada para o acesso de banhistas durante o Réveillon (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Novo laudo da CPRM recomenda monitoramento da praia até 2014 (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)









O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) entregou, nesta sexta-feira (22), à assessoria do subsecretário municipal de obras públicas, Orlando Holanda, o segundo laudo sobre os estudos realizados na praia artificial da Ponta Negra, localizada na Zona Oeste de Manaus. O órgão constatou que o leito do rio Negro, principalmente na saia do aterro, continua  apresentando desníveis abruptos e depressões que variam de seis a 10 metros de profundidade. No documento, o CPRM recomenda o monitoramento da área aterrada até 2014.
De acordo com o laudo, as condições da praia são similares às encontradas em novembro do ano passado, quando foi realizado o primeiro laudo. O CPRM critica o aterro feito ao longo da praia. "Dado o aspecto construtivo do aterro, realizado sem contenção e a dinâmica fluvial de um grande rio, como o Negro, há de se esperar que ocorra uma alteração em função da erosão fluvial, acomodação do terreno, e transporte de material aterrado", diz trecho do documento.
O CPRM afirmou ainda, que se for levada em consideração a geomorfologia da praia, o rio deverá buscar condições naturais que provocarão erosão do aterro.O órgão também recomenda o monitoramento periódico do leito do rio na área aterrada. "De modo a identificar possíveis alterações durante, no mínimo, um ciclo hidrológico completo, ou seja, até o início da próxima cheia em 2014", afirma o laudo.
No primeiro laudo, o CPRM analisou o comportamento do Rio Negro em 12 de novembro de 2012. Já a segunda análise, foi feita no dia 26 de janeiro deste ano. De acordo com o órgão, com a subida das águas, a diferença entre as linhas de praia nas datas estudadas foi de 5,10 metros na vertical e 70 metros na superfície da praia aterrada.
Levando em consideração o nível do rio no fim de janeiro, o laudo concluiu que os desníveis abruptos e depressões ocorrem somente a partir de uma lâmina de água de seis metros e a distância entre esses pontos e a margem é, em média, 60 metros.
O laudo será encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE-AM) na segunda-feira (25). O superintendente regional de Manaus, Marco Oliveira, enfatizou que só se pronunciará sobre o estudo após reunião da Comissão Especial do MPE, prevista para acontecer na quarta-feira (27). No encontro, será discutido a elaboração da minuta do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com as medidas de segurança e normas para a liberação do balneário.
Ao G1, a assessoria da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) também informou que a pasta vai se manifestar sobre o assunto somente após a reunião com o MPE.
Primeiro laudo
O CPRM já havia recomendado interdição temporária do balneário em novembro de 2012, quando emitiu o primeiro laudo. De acordo com órgão, o aterro artificial da praia havia gerado "desníveis abruptos" de até seis metros, contribuindo para os acidentes que ocasionaram 13 mortes por afogamento no local desde a inauguração, ocorrida em junho do ano passdo.
Na época, o então titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Américo Gorayeb Júnior, contextou as conclusões do laudo. De acordo com Gorayeb, o CPRM havia feito um levantamento de 170 metros de extensão, porém, segundo ele, a plataforma de trabalho da Seminf é de apenas 30 metros. "Óbvio e claro que a partir de 30 metros, eles têm que reclamar pro papai do céu, porque estes 170 metros estão fora da nossa plataforma de trabalho. Se você verificar o laudo, vai ver que dentro dos 30 metros com os quais trabalhamos nunca houve problemas".
Interdição do balneário
Em menos de seis meses em 2012, a Praia da Ponta Negra, principal balneário de Manaus, registrou 12 mortes por afogamento em um trecho de cerca de 300 metros de extensão. A estatística poderia subir para 13, mas não há confirmação de que um corpo encontrado nas águas da praia perene no dia 16 de novembro seja decorrente de afogamento no local.
O número de mortos por afogamento na praia de Manaus é quatro vezes maior do que o registrado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, ao longo de oito meses.

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