Alfredo Villas Boas
chegou a Maui em 1989 e nunca mais saiu de lá. Três anos depois, fez um
trabalho voluntário como instrutor. Sete anos depois, ganhou a vaga permanente.
Entre suas façanhas fora do trabalho está a de surfar ondas de tow in. Ele foi
o primeiro brasileiro a surfar as ondas de Jaws.
Alfredo Villas Boas é o responsável pela segurança do Tow In World Cup. Foto: Arquivo pessoal. |
- A maior dificuldade
aqui é ter de trabalhar quando as ondas estão perfeitas. Se o mar está com 20
pés (6m), por exemplo, eu não tenho vontade de fazer nada além de surfar – diz,
rindo.
O baiano radicado em Maui, Alfredo Villas Boas,
37, é um dos big riders pioneiros em encarar Jaws, na ilha de
Maui, Hawaii.
Morando no Hawaii desde 1990, sua estréia no pico
ocorreu em 1998 em parceria com o havaiano Kenny de Lima.
O surfista conquistou respeito dentro e
também fora d'água e em 96 foi efetivado como salva-vidas no Estado.
Alfredo acaba de ser contratado como chefe
da segurança da Tow In World Cup, mundial de ondas gigantes, que rola em
Jaws quando as ondas ultrapassarem os 12 metros.
Nesta entrevista
concedida ao correspondente Waves.Terra no Hawaii, o big rider Sylvio
Mancusi, ele fala sobre os perigos que um salva-vidas enfrenta
para resgatar os melhores big riders do mundo na temida arrebentação
de Jaws e também como será feita a segurança do Mundial de Ondas Grandes.
Há quantos anos você mora no
Hawaii ?
Cheguei no Hawaii em 1990.
Quando começou a trabalhar como
salva-vidas?
Comecei trabalhando voluntariamente ajudando no
júnior Life Guards no verão e recebi meu certificado de salva-vidas em
1992. A partir de 96, fui oficialmente contratado pelo Estado.
Como você vê a oportunidade
de trabalhar e ser o responsável pela vida dos melhores big riders do
mundo na onda mais pesada do planeta?
Com certeza a maior responsabilidade da minha vida
profissional é trabalhar com big riders. Mas, é uma coisa
que faço todos os dias, como se fosse um segundo sentido para mim.
É um dom dado por Deus?
Com certeza. O presente dele para mim é esse
dom.
Como funcionará o esquema de
segurança no evento. Quantos jets ficarão no
canal?
Serão cinco jets, com cinco pilotos salva-vidas que
trabalham comigo no dia-a-dia e estarão disponíveis no dia do evento para
garantir a segurança dos atletas.
Quem são esses seguranças?
São os havaianos Kaleo Amadeo, Andy Miller, Davon
Pollendi e Kerry Kaiama.
Todos eles são havaianos e somente
você é brasileiro. Você conquistou um grande respeito aqui?
Gracas a Deus. Sou muito grato a Ele por isso. Não foi fácil.
Quando o surfista cair da onda,
como será feito o resgate?
Quando o atleta cair na área de perigo, seu
parceiro terá a primeira chance de resgatar o surfista. Se ele o perder, atrás
já virá um dos nossos na área de arrebentação que tentará pegá-lo. Se esse
também não conseguir vem outro atrás novamente, até conseguirmos
resgatá-lo.
Você tem medo deste tabalho em Jaws?
Vou ser sincero: é lógico. Fui o primeiro
salva-vidas a fazer um resgate oficial em Jaws, há três anos com vento de 40
milhas e ondas com cerca de 6,5 metros. Fui chamado para resgatar o famoso
kiteboarder Flash Austin, que havia se machucado e parado nas pedras
de Jaws. Com aquele tempo animal eu fui obrigado a ir nas pedras resgatar
o famoso atleta.
Quais são as maiores dificuldades
que sua equipe poderá passar?
Com certeza será a espuma branca decorrente das grandes ondas que quebram
ali. O jet-ski costuma derrapar devido a grande concentração de ar
nas espumas.
Vocês usarão algum jet especial?
Normalmente, trocamos as hélices dos jets para
que eles derrapem menos.
Vocês fizeram algum tipo de
treinamento especial? São realizadas reuniões antes do evento?
Já
tivemos uma reunião com o organizador do campeonato, Rosaldo Cavalcanti.
Conversamos e tentamos visualizar todos os perigos e cenários possíveis.
Fonte: http://waves.terra.com.br/surf/noticia//alfredo-villas-boas-e-o-anjo-da-guarda-em-jaws/11616 Por Sylvio Mancusi em 27/01/04 10:32 GMT-03:00. Acesso dia 26.11.13
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