terça-feira, 26 de novembro de 2013

Alfredo Villas Boas é o anjo da guarda em Jaws

     Alfredo Villas Boas chegou a Maui em 1989 e nunca mais saiu de lá. Três anos depois, fez um trabalho voluntário como instrutor. Sete anos depois, ganhou a vaga permanente. Entre suas façanhas fora do trabalho está a de surfar ondas de tow in. Ele foi o primeiro brasileiro a surfar as ondas de Jaws.
Alfredo Villas Boas é o responsável pela segurança do Tow In World Cup. Foto: Arquivo pessoal.









- A maior dificuldade aqui é ter de trabalhar quando as ondas estão perfeitas. Se o mar está com 20 pés (6m), por exemplo, eu não tenho vontade de fazer nada além de surfar – diz, rindo.


 O baiano radicado em Maui, Alfredo Villas Boas, 37, é um dos big riders pioneiros em encarar Jaws, na ilha de Maui, Hawaii.
Morando no Hawaii desde 1990, sua estréia no pico ocorreu em 1998 em parceria com o havaiano Kenny de Lima.

O surfista conquistou respeito dentro e também fora d'água e em 96 foi efetivado como salva-vidas no Estado.

Alfredo acaba de ser contratado como chefe da segurança da Tow In World Cup, mundial de ondas gigantes, que rola em Jaws quando as ondas ultrapassarem os 12 metros.

Nesta entrevista concedida ao correspondente Waves.Terra no Hawaii, o big rider Sylvio Mancusi, ele fala sobre os perigos que um salva-vidas enfrenta para resgatar os melhores big riders do mundo na temida arrebentação de Jaws e também como será feita a segurança do Mundial de Ondas Grandes.

Há quantos anos você mora no Hawaii ?

Cheguei no Hawaii em 1990.

Quando começou a trabalhar como salva-vidas?

Comecei trabalhando voluntariamente ajudando no júnior Life Guards no verão e recebi meu certificado de salva-vidas em 1992. A partir de 96, fui oficialmente contratado pelo Estado.

Como você vê a oportunidade de trabalhar e ser o responsável pela vida dos melhores big riders do mundo na onda mais pesada do planeta?


Com certeza a maior responsabilidade da minha vida profissional é trabalhar com big riders. Mas, é uma coisa que faço todos os dias, como se fosse um segundo sentido para mim.

É um dom dado por Deus?

Com certeza. O presente dele para mim é esse dom.

Como funcionará o esquema de segurança no evento. Quantos jets ficarão no 
canal?


Serão cinco jets, com cinco pilotos salva-vidas que trabalham comigo no dia-a-dia e estarão disponíveis no dia do evento para garantir a segurança dos atletas.

Quem são esses seguranças?

São os havaianos Kaleo Amadeo, Andy Miller, Davon Pollendi e Kerry Kaiama.

Todos eles são havaianos e somente você é brasileiro. Você conquistou um grande respeito aqui?

Gracas a Deus. Sou muito grato a Ele por isso. Não foi fácil.


Quando o surfista cair da onda, como será feito o resgate?

Quando o atleta cair na área de perigo, seu parceiro terá a primeira chance de resgatar o surfista. Se ele o perder, atrás já virá um dos nossos na área de arrebentação que tentará pegá-lo. Se esse também não conseguir vem outro atrás novamente, até conseguirmos resgatá-lo.

Você tem medo deste tabalho em Jaws?

Vou ser sincero: é lógico. Fui o primeiro salva-vidas a fazer um resgate oficial em Jaws, há três anos com vento de 40 milhas e ondas com cerca de 6,5 metros. Fui chamado para resgatar o famoso kiteboarder Flash Austin, que havia se machucado e parado nas pedras de Jaws. Com aquele tempo animal eu fui obrigado a ir nas pedras resgatar o famoso atleta.

Quais são as maiores dificuldades que sua equipe poderá passar?

Com certeza será a espuma branca decorrente das grandes ondas que quebram 
ali. O jet-ski costuma derrapar devido a grande concentração de ar nas espumas.


Vocês usarão algum jet especial?

Normalmente, trocamos as hélices dos jets para que eles derrapem menos.

Vocês fizeram algum tipo de treinamento especial? São realizadas reuniões antes do evento?

Já tivemos uma reunião com o organizador do campeonato, Rosaldo Cavalcanti. Conversamos e tentamos visualizar todos os perigos e cenários possíveis.



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