03/04/2013 09h16
- Atualizado em
03/04/2013 09h16
Documento do Instituto Médico Legal não menciona problemas cardíacos. Camila morreu durante aula de natação em piscina pública de Santos, SP.
Camila Costa Lima tinha 27 anos. (Foto: Valmir Costa Lima/Arquivo Pessoal)
O caso da jovem Camila Costa Lima, que morreu após passar mal durante
uma aula de natação e hidroginástica na piscina pública do Centro
Esportivo da Zona Noroeste, em Santos,
no litoral de São Paulo, ganhou um novo capítulo. O laudo divulgado
pelo Instituto Médico Legal (IML) nesta semana indica afogamento como
causa da morte e não menciona problemas cardíacos.
Segundo o delegado João Octávio de Mello, do 5° Distrito Policial de
Santos, o documento do IML é vago. "O laudo não cita em momento algum
nada relacionado ao coração ou problemas cardíacos. Só define a causa
como morte violenta por afogamento", explica.
Em posse do laudo, o delegado vai dar prosseguimento às investigações.
"Vamos intimar o responsável pelo centro esportivo, a professora que
ministrava as aulas de natação e o médico que cuidou de Camila quando
ela passou por cirurgia. Precisamos saber as regras de segurança na
piscina, os detalhes do procedimento cirúrgico, se realmente ela tinha
atestado para praticar os exercícios físicos e muitas outras
informações. Esperamos que ainda nesta semana possamos ouvir a todos",
conclui.
Família
Segundo Valmir Costa Lima, irmão de Camila, a família já teve acesso ao laudo do IML, portanto já sabe que o documento não indica problemas cardíacos. Mesmo assim, ele vai aguardar o resultado das investigações da polícia para decidir se entrará com uma ação na Justiça contra a Prefeitura de Santos. "Nós queremos saber o que realmente aconteceu naquela piscina, já que minha irmã não foi socorrida a tempo.
Onde
estavam os instrutores e o guarda-vidas quando ela começou a se afogar?
Nós tivemos uma conversa rápida com a professora que dava a aula e ela
disse que quando viu que tinha alguma coisa errada e pediu a um dos
alunos para passar para a raia onde ela estava e tentar socorrê-la. Mas
como que um aluno pode ajudar uma pessoa que está se afogando? Isso não
era obrigação dos professores?", questiona Valmir.
Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de
Santos informa que aguarda o término das investigações do inquérito para
se pronunciar sobre o assunto.
Jovem morreu em piscina pública de Santos, SP. (Foto: Valmir Costa Lima/Arquivo Pessoal)
Camila Costa Lima, de 27 anos, morreu no dia 26 de fevereiro após passar mal durante uma aula de natação e hidroginástica na piscina pública do Centro Esportivo da Zona Noroeste, em Santos, no litoral de São Paulo. Foi a mãe de Camila que recebeu a ligação de funcionários do centro esportivo.
De acordo com Valmir Costa Lima, irmão da vítima, Camila estava bem, sem apresentar nenhum problema de saúde após as complicações cardíacas que teve há seis anos, quando passou por uma cirurgia.
Para ele, o afogamento poderia ter sido evitado se tivessem prestado atenção na garota. “A professora de natação disse que notou que ela não estava fazendo os movimentos corretos durante a aula e que, quando ela viu, minha irmã estava boiando com a cabeça abaixada dentro da água”, explica.
Segundo Valmir, o Samu foi chamado e demorou cerca de 10 minutos para chegar ao centro esportivo. O irmão garante que a jovem já chegou morta ao pronto-socorro, informação contestada pela prefeitura, que afirma que ela chegou com vida ao hospital. "No atestado de óbito está que ela morreu por asfixia mecânica, ingestão de líquido e afogamento", finaliza.
Outro lado
A Secretaria de Esportes de Santos informou, por meio de nota, que Camila tinha atestado médico emitido em janeiro de 2013, assinado por um médico do Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Santos, que lhe permitia a realização da atividade física.
A secretaria esclarece ainda que, devido ao histórico de saúde, Camila foi encaminhada pelo Serviço de Recuperação e Fisioterapia da Secretaria de Saúde, e que a atividade esportiva é realizada com um professor para cada três pessoas, critério adotado para dar maior assistência ao aluno. Quanto ao incidente com a jovem, a Prefeitura afirma que a aluna teve um mal súbito na piscina e foi atendida imediatamente pelo professor que dava a aula e pelo guarda-vidas de plantão.
Camila se afogou na piscina do Centro Esportivo da Zona Noroeste, em Santos, SP. (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
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