segunda-feira, 24 de junho de 2013

Laudo indica que causa da morte de jovem em piscina foi afogamento


03/04/2013 09h16 - Atualizado em 03/04/2013 09h16

Documento do Instituto Médico Legal não menciona problemas cardíacos. Camila morreu durante aula de natação em piscina pública de Santos, SP.

Ivair Vieira Jr Do G1 Santos

Camila Costa Lima tinha 27 anos. (Foto: Valmir Costa Lima/Arquivo Pesoal) 
Camila Costa Lima tinha 27 anos. (Foto: Valmir Costa Lima/Arquivo Pessoal)
 
O caso da jovem Camila Costa Lima, que morreu após passar mal durante uma aula de natação e hidroginástica na piscina pública do Centro Esportivo da Zona Noroeste, em Santos, no litoral de São Paulo, ganhou um novo capítulo. O laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) nesta semana indica afogamento como causa da morte e não menciona problemas cardíacos.

Segundo o delegado João Octávio de Mello, do 5° Distrito Policial de Santos, o documento do IML é vago. "O laudo não cita em momento algum nada relacionado ao coração ou problemas cardíacos. Só define a causa como morte violenta por afogamento", explica.

Em posse do laudo, o delegado vai dar prosseguimento às investigações. "Vamos intimar o responsável pelo centro esportivo, a professora que ministrava as aulas de natação e o médico que cuidou de Camila quando ela passou por cirurgia. Precisamos saber as regras de segurança na piscina, os detalhes do procedimento cirúrgico, se realmente ela tinha atestado para praticar os exercícios físicos e muitas outras informações. Esperamos que ainda nesta semana possamos ouvir a todos", conclui.

Família

Segundo Valmir Costa Lima, irmão de Camila, a família já teve acesso ao laudo do IML, portanto já sabe que o documento não indica problemas cardíacos. Mesmo assim, ele vai aguardar o resultado das investigações da polícia para decidir se entrará com uma ação na Justiça contra a Prefeitura de Santos. "Nós queremos saber o que realmente aconteceu naquela piscina, já que minha irmã não foi socorrida a tempo.

Onde estavam os instrutores e o guarda-vidas quando ela começou a se afogar? Nós tivemos uma conversa rápida com a professora que dava a aula e ela disse que quando viu que tinha alguma coisa errada e pediu a um dos alunos para passar para a raia onde ela estava e tentar socorrê-la. Mas como que um aluno pode ajudar uma pessoa que está se afogando? Isso não era obrigação dos professores?", questiona Valmir.

Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Santos informa que aguarda o término das investigações do inquérito para se pronunciar sobre o assunto.

Jovem morreu em piscina pública de Santos, SP (Foto: Valmir Costa Lima/Arquivo Pessoal) 
 
Jovem morreu em piscina pública de Santos, SP. (Foto: Valmir Costa Lima/Arquivo Pessoal)
 
O caso

Camila Costa Lima, de 27 anos, morreu no dia 26 de fevereiro após passar mal durante uma aula de natação e hidroginástica na piscina pública do Centro Esportivo da Zona Noroeste, em Santos, no litoral de São Paulo. Foi a mãe de Camila que recebeu a ligação de funcionários do centro esportivo.

De acordo com Valmir Costa Lima, irmão da vítima, Camila estava bem, sem apresentar nenhum problema de saúde após as complicações cardíacas que teve há seis anos, quando passou por uma cirurgia.

Para ele, o afogamento poderia ter sido evitado se tivessem prestado atenção na garota. “A professora de natação disse que notou que ela não estava fazendo os movimentos corretos durante a aula e que, quando ela viu, minha irmã estava boiando com a cabeça abaixada dentro da água”, explica.

Segundo Valmir, o Samu foi chamado e demorou cerca de 10 minutos para chegar ao centro esportivo. O irmão garante que a jovem já chegou morta ao pronto-socorro, informação contestada pela prefeitura, que afirma que ela chegou com vida ao hospital. "No atestado de óbito está que ela morreu por asfixia mecânica, ingestão de líquido e afogamento", finaliza.

Outro lado

A Secretaria de Esportes de Santos informou, por meio de nota, que Camila tinha atestado médico emitido em janeiro de 2013, assinado por um médico do Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Santos, que lhe permitia a realização da atividade física.

A secretaria esclarece ainda que, devido ao histórico de saúde, Camila foi encaminhada pelo Serviço de Recuperação e Fisioterapia da Secretaria de Saúde, e que a atividade esportiva é realizada com um professor para cada três pessoas, critério adotado para dar maior assistência ao aluno. Quanto ao incidente com a jovem, a Prefeitura afirma que a aluna teve um mal súbito na piscina e foi atendida imediatamente pelo professor que dava a aula e pelo guarda-vidas de plantão.

Centro Esportivo da Zona Noroeste, em Santos, SP (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Camila se afogou na piscina do Centro Esportivo da Zona Noroeste, em Santos, SP. (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
 

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