quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ranking de mortes por ataques de tubarão

Puxado por PE, Brasil aparece no topo do ranking de mortes por ataques de tubarão

Dados são de um estudo norte-americano, que contabilizou o número de acidentes

05/02/2014 21:09 - Geison Macedo, do Portal FolhaPE
Jorge Farias/Arquivo Folha
Dois homens dos Bombeiros monitoram área de praia em Pernambuco onde aconteceu ataque de tubarão
Vez ou outra o Brasil aparece no topo ou figura entre os primeiros da lista de países que apontam indicadores negativos, sejam estes relacionados a temas sociais, econômicos ou referentes a outros setores. Mais uma vez, infelizmente, o País surge na dianteira de um ranking onde constam números negativos. Um estudo intitulado de Global Shark Attack File, do Instituto de Pesquisas sobre Tubarões, nos Estados Unidos, mostra o País na liderança da incidência dos acidentes em 2013, ao lado dos Estados Unidos, da Austrália e da Ilha Reunião (França). Como se já não bastasse a publicação de tal notícia negativa, os dados referentes ao Brasil são puxados por casos registrados em Pernambuco.

Dos 116 ataques de tubarão registrados em todo o mundo no ano passado, 13 mortes foram computadas, sendo duas delas ocorridas no Brasil, ambas em praias pernambucanas. Em comparação com anos anteriores a 2013, o número de ataques praticamente não se alterou. Em 2012 foram 115 ocorrências, a mesma quantidade de 2011, segundo dados do estudo, também publicados no Portal G1. O banco de dados do instituto agregam informações que datam do século 17. Ao todo já foram 5.450 registros, conforme noticiou o G1.
Para o presidente do Instituto Propesca, o engenheiro de Pesca Bruno Panteja, os dados referentes ao Brasil poderiam ser ainda mais alarmantes caso fossem contabilizados os casos de subnotificação de acidentes em Pernambuco. “Teve um caso recente de ataque na praia de Piedade, por exemplo, que não entra estatística. É um quatro extremamente negativo, que mancha a imagem do Estado para o resto do Brasil e do mundo”, explica. O especialista alerta ainda para a necessidade da aplicação de políticas públicas mais eficazes. “Não podemos mais aceitar o modelo atual de gestão para o setor, porque há muitas situações que são camufladas”.
Ao mesmo tempo que critica as ações públicas, Bruno apresenta possíveis soluções já debatidas para que a incidência de ataques diminua. “Precisamos ter ações mais impositivas, com a instalação de telas de proteção com telas de aço, com durabilidade de 15 anos. Já existe esse projeto, com a utilização de tecnologia pernambucana, porém, ainda falta interesse político”.
Dos ataques registrados em Pernambuco, uma das vítimas é a turista paulista Bruna Gobbi, de 18 anos, primeira mulher a morrer pelo ataque do animal, no acidente ocorrido em julho, na praia de Boa Viagem. A outra vítima é José Rogério da Silva, de 41 anos, que morreu na Praia de Enseada dos Corais. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) contatou que ele foi vítima de “ataque de animal de grande porte”. Para Panteja, tal incidência não deveria acontecer no Estado. “É um problema ambiental, cuja cadeia alimentar deve ser toda reconstituída com a instalação de tela”.
Ainda sobre os números Global Shark Attack File, os Estados Unidos foram o país que mais registrou ataques em 2013, com 60 acidentes. A maior parte das vítimas tiveram ferimentos nos braços ou nas pernas, mas conseguiram sobreviver. A Austrália vem logo atrás com 19 ataques; a África do Sul com nove; e Bahamas registrou seis.

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